Perda da Saúde Auditiva e a Fonoaudiologia


Saúde auditiva é a conservação da audição de forma saudável para que se possa manter a capacidade de ouvir até a terceira idade.
Ter uma audição perfeita faz parte de uma boa saúde, porém as pessoas esquecem que para isto é preciso tomar algumas medidas que previnam problemas com este sentido. É mais comum a realização de 'check-ups' médicos para avaliar outras partes do corpo humano, como o coração e visão, mas o cuidado com a audição naestá entre as prioridades de muita gente. E essa indiferença com os ouvidos pode se transformar em um prejuízo grave para a saúde auditiva.
Normalmente, as pessoas são vítimas dos males causados pelo barulho do dia a dia sem nem perceber, já que há algum tipo de barulho em toda parte.
O "padrão de normalidade" é ouvir entre 0 e 25 decibéis de som. Por isso, pessoas diferentes, mas com uma audição considerada normal, podem ouvir "melhor" que outras. Quando o nível atinge os 30 decibéis, esses 5% de rebaixamento já são considerados perda auditiva, mas a colocação do aparelho, nestes casos, ainda depende do paciente. Se ele não sentir necessidade, pode abrir mão da prótese auditiva. Neste caso, a audiometria deve ser repetida a cada seis meses, para acompanhar a evolução do problema.

A colocação de aparelho auditivo só se torna um protocolo obrigatório quando o nível de audição chega a 45 decibéis. Ao atingirem esse nível, há pacientes que já têm prejuízo na área da fala. Por isso, existe a recomendação de colocar uma prótese mesmo que o paciente não queira.
As patologias da audição, pela privação sensorial que causam, são uma das principais responsáveis por alterações no desenvolvimento de linguagem oral. Perante o atraso na intervenção de um tratamento efetivo, acarretará o prolongamento do período patológico, além da instalação de outras patologias associadas, uma vez que a localização do aparelho auditivo permite o contato com outras estruturas do corpo(1).

Com a demora da intervenção fonoaudiológica e/ou médica, o período de privação auditiva no indivíduo se prolongará, interferindo no desenvolvimento social e cognitivo que a linguagem proporciona. Qualquer tipo de perda auditiva poderá levar a prejuízo no acesso à linguagem oral(2). O mecanismo da audição é vulnerável a danos em qualquer estágio da vida, podendo ocorrer perda auditiva de tipos e graus variados o que, possivelmente, originará sérias conseqüências à comunicação, realizada por meio da linguagem. A comunicação é essencial para a interação entre os participantes da sociedade, assim, pode-se dizer que a comunicação é um pré-requisito funcional da sociedade, pois ela tem papel fundamental no processo de humanização do indivíduo.

A incidência da perda auditiva adquirida em nosso país tem aumentado assustadoramente nos últimos anos. Sua principal causa está na falta de prevenção das principais infecções e doenças contagiosas.

Neste sentido, uma perda auditiva instalada em qualquer fase da vida do indivíduo poderá produzir efeitos devastadores em sua capacidade de se comunicar.

A perda auditiva em crianças pode gerar grande impacto na comunicação da mesma. Mesmo em grau leve, a surdez trará prejuízos à habilidade de inteligibilidade das mensagens orais. Uma criança que está apenas começando a entender as relações da fala tem necessidade de ouvir claramente todos os sons para ter uma percepção efetiva e um adequado desenvolvimento lingüístico e cognitivo.
É impossível mensurar o impacto de uma perda auditiva num indivíduo em particular, pois este impacto dependerá da idade da ocorrência da surdez, do tempo de seu diagnóstico, o grau de acometimento da perda e sua etiologia. Em suma, quanto mais cedo a criança desenvolver a surdez, mais devastadores serão os efeitos no desenvolvimento e funcionamento da linguagem, assim como, no aproveitamento escolar.

Diante da importância da integridade auditiva para o desenvolvimento da comunicação na sociedade, considerando os fatores social, psicológico e cognitivo, deve ser feita a identificação o mais cedo possível da surdez, seja pelos familiares, seja por profissionais, ao observar comportamentos transitórios ou permanentes que podem indicar a existência dessa perda auditiva.

Alguns comportamentos podem ser observados nas crianças, como a falta de atenção, o olhar constante para o rosto de quem fala, reação a alguns sons, reações inconsistentes em dias diferentes, reage mal à fala em condições barulhentas, a fala é difícil de ser entendida, fala muito alto/baixo e, a fala e a compreensão são limitadas.

No tocante aos problemas auditivos que podem acometer o sujeito na fase adulta, a perda da audição após os 18 anos de idade pode ser considerada um problema de desenvolvimento, a um problema de reorganização da personalidade e ajustamento, já desenvolvidos para circunstâncias de vida diferentes, o que pode conduzir a sentimentos de inutilidade, depressão e confusão de identidade.

A perda auditiva adquirida na idade adulta deve ser considerada acima de tudo, uma perda social e psicológica que afeta todas as interações interpessoais e de comunicação e que priva o indivíduo do tipo de relações sociais, metas profissionais e qualidade global de vida aos quais ele estava acostumado e que davam significado à sua vida(5).

Embora as pessoas que adquiriram a surdez na fase adulta trabalhem em quase todas as ocupações possíveis, elas vivenciam menores índices de participação na força de trabalho e maiores índices de desemprego, além de rendas mais baixas comparadas a de grupos com audição normal.

É importante ressaltar, também, as repercussões de uma perda auditiva no idoso. Para este, a comunicação torna-se mais vital à medida que o processo de envelhecimento progride. O isolamento da pessoa idosa da sociedade mais jovem e o conseqüente declínio na qualidade de sua comunicação devido aos déficits sensoriais levam a um profundo impacto, pois o fluxo constante de comunicação e informações mantém o indivíduo ativo na sociedade, além de trazer um bem-estar físico, mental e social.

Mediante os transtornos trazidos para o indivíduo em qualquer fase de sua vida, torna-se mais evidente a necessidade em conhecer não só as conseqüências de tais alterações, mas também os fatores inerentes à instalação destas patologias, a fim de que sejam realizadas estratégias de controle.
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